terça-feira, 10 de agosto de 2010

Terminando uma relação com alguém que sofre de BPD

Separar-se de uma relação com uma pessoa borderline normalmente envolve três estágios: O Distanciamento, O fim do relacionamento e a proteção que deve vir a seguir.

O Distanciamento  
Durante essa parte da separação, você reconhece que precisa criar um “plano de saída”. Muitas pessoas falham nessas tentativas de se afastar de um “Borderline” por deixar o relacionamento de uma vez só, impulsivamente, sem um planejamento adequado e sem recursos. Em muitos casos, o “Borderline” isolou seu parceiro de outras pessoas, tem controle sob suas finanças e seus bens.
Durante a fase de distanciamento você deve...
-  Observar o modo que você é tratado. Observe os métodos listados abaixo e veja como o “Borderline” funciona.
-  Gradualmente fique mais “chato”, fale menos, compartilhe menos sentimentos e opiniões. A intenção é basicamente chatear o “Borderline” para diminuir o apego emocional do mesmo, ao mesmo tempo não criando uma situação onde você seja o alvo, o culpado.
- Contate sua família e outras pessoas que podem oferecer suporte. Determine de qual ajuda eles podem ser – Um lugar para ficar, proteção, ajuda financeira, etc.
- Se o “Borderline” é destrutivo, mova lentamente seus valores de casa ou tente recuperar valores que estejam em possessão do mesmo. Em muitos casos, você pode perder alguns pertences pessoais durante o afastamento – Um pequeno preço a pagar para se livrar do “Borderline”.
- Pare de argumentar, debater ou discutir problemas. Pare de se defender ou de se explicar -  respondendo com comentários como “Eu estou muito confuso ultimamente” ou “Estou sob muito stress e não sei por que eu faço as coisas”.
- Comece a jogar dicas de que você esta deprimido, cansado ou confuso sobre a vida em geral. Lembre-se - o “Borderline” nunca assume responsabilidade pelo que acontece em qualquer relação. O “Borderline” vai se sentir melhor sobre acabar com a relação se puderem colocar a culpa em você. Muitas pessoas são obrigadas a se fazer de “confusas”, deixando o “Borderline” dizer para os outros: “Minha namorada (Ou namorado) está enlouquecendo!”. Eles podem dizer para os outros que você esta louco ou confuso ,mas você estará mais a salvo. Deixe-os pensarem o que quiser sobre você, desde que você continue no processo de afastamento.

Terminando o relacionamento
Tendo em mente que o “Borderline” não aceita responsabilidade, responde com raiva e criticas, e tem tendência a pânico quando ocorre um distanciamento  - Terminar o relacionamento continua com o mesmo tema do distanciamento.
- Explique que você esta emocionalmente entorpecido, confuso e desgastado. Você não pode sentir nada por ninguém e você quer terminar o relacionamento quase que para beneficio próprio do “Border”. Lembre-os do fato que provavelmente eles tenham percebido algo errado e que você precisa tempo para organizar seus sentimentos e arrumar o que esteja errado com você.
Por pior que possa parecer, você talvez precise falar “Eu não estou bem para ninguém nesse ponto da minha vida”. Se o “Borderline” puder colocar a culpa do fim do relacionamento em você, (como eles colocariam se eles mesmos tivessem terminado), eles irão embora mais rápido.
- Se o “Borderline” entrar em pânico, você vai receber uma chuva de telefonemas, letras, bilhetes, etc. Reaja a cada um deles da mesma maneira – Um obrigado “desinteressado”. Se você agir de forma positiva na visão do “Borderline”, você perdeu o controle novamente.
- O “Borderline” vai focar em fazer você se sentir culpado. Em cada contato por telefone, você vai escutar o quanto você foi amado, o quanto foi feito por você e o quanto eles sacrificaram pra você. Ao mesmo tempo, você vai ouvir sobre o quão idiota você é por não dar uma oportunidade para arrumar as coisas e envergonhar eles por terminar o relacionamento.
- Não tente fazê-los entender como você se sente – isso não funciona. O “Borderline” está apenas preocupado em como eles se sentem. Os seus sentimentos são irrelevantes. Você vai perder seu tempo tentando os fazer entender e eles irão ver essas discussões como uma oportunidade para tentar te fazer sentir mais culpado e manipular você.
- Não caia de primeira em mudanças de comportamento, promessas de casamento, viagens, presentes, etc. Você já deve ter visto como o “Borderline” é normalmente e naturalmente.  Enquanto qualquer pessoa pode mudar seu comportamento por um curto período de tempo, o “Borderline” sempre retorna para seu comportamento normal assim que a crise acaba.
- Não use termos como “Algum dia”, “Talvez”, ou “No futuro”. Quando o “Borderline” ouve tais possibilidades, eles pensam que você está enfraquecendo e vão aumentar sua pressão.
- Imagine uma maquina caça-níqueis quebrada. Se estivermos em Las Vegas em uma maquina dessas quebrada, puxarmos a alavanca 10 vezes e nada acontecer, nos movemos para a próxima maquina. Entretanto, se na décima vez a maquina pagar, mesmo algum dinheiro, nós continuamos puxando a alavanca – Pensando que mais dinheiro está a caminho. Se nós somos bastante estáveis sobre a decisão de terminar o relacionamento por vários dias, e em algum momento aparecer uma possibilidade de reconciliação – Nós ganhamos um pouco e continuamos tentando, assim como na maquina. Nunca mude sua opinião, sempre diga a mesma coisa. O “Borderline” vai parar com a maquina que não paga e rapidamente vai mover-se para outra.

Proteção seguinte ao fim do relacionamento
O “Borderline” nunca vê sua responsabilidade ou envolvimento nas dificuldades em um relacionamento. De um ponto de vista psicológico, o “Borderline” viveu e agiu dessa maneira na maior parte de sua vida, claramente toda a sua vida adulta. Como eles não vêem realmente a si mesmos com a culpa ou como alguém com um problema, eles tendem a pensar que seu namorado ou namorada está simplesmente passando por uma fase – Seu parceiro talvez esteja confuso, escutando as pessoas erradas, ou eles talvez estejam bravos com algo e vão superar isso rapidamente. O “Borderline” raramente se afasta completamente e vai ocasionalmente tentar contatar com o parceiro, mesmo após o fim do relacionamento. Durante essa fase, algumas coisas importantes a se ter em mente são:
- Nunca mude sua opinião inicial: Está acabado permanentemente! Não fale sobre possibilidades de mudar seu posicionamento no futuro. Você talvez possa pensar que vai acalmar o “Borderline”, mas isso apenas diz para ele que a possibilidade ainda existe e que apenas uma pequena pressão é necessária para a volta do relacionamento.
- Não aceite encontros ou reuniões para discutir os velhos tempos. Para o “Borderline", discutir o passado é uma chance para deixar você surpreso, colocar você de guarda baixa e usar sua culpa para aproximá-lo novamente.
- Não ofereça detalhes sobre sua nova vida ou relacionamentos. Deixe o “Borderline” com certeza que a sua vida, e a vida dele agora são privadas, e você espera que ele esteja feliz.
- Se você começar a se sentir culpado durante um telefonema, saia do telefone rapidamente. As pessoas retornam a relacionamentos ruins por causa da culpa. Se você ouvir essas ligações, gravando elas, vai perceber que o “Borderline” passa a maior parte da chamada tentando fazer você se sentir culpado.
- Deixe todo o contato curto e educado. Quanto mais curto, melhor. Tente conversar de forma não pessoal. 

Como ajudar alguém com desordem Borderline

Como eu posso ajudar alguém que eu amo que sofre de Desordem Borderline?
Se importar, amar e querer ajudar são sentimentos naturais. Uma coisa é se importar, outra coisa é estar “Apaixonado”.  E é outra coisa tentar ajudar eles a se recuperar.

Difícil de dar: Tentar mudar o comportamento e sentimentos de alguém com um distúrbio psicológico, ou fazer eles começarem um programa de recuperação, não importa o quão bem intencionado, não é “ajuda”. Isso cruza os relacionamentos saudáveis e normalmente o leva para uma não saudável “bagunça” na vida da pessoa que você ama. Se eles entrarem em uma terapia ou mudarem o comportamento para te agradar, com medo de que você o abandone – Não é uma motivação que leva a recuperação. E esse tipo de ajuda é normalmente nascida de uma situação onde a pessoa não tenha mais controle.


Difícil de receber: Normalmente, Borderlines vêem esses esforços de ajuda como ameaças. Borderlines são conhecidos por portarem disfunções em habilidades para enfrentar desafios que a vida impõe. A possibilidade de ter um distúrbio mental é um sério desafio.
Exibições patológicas de divisão, projeção ou introspecção são características de defesa dos borderlines. Ao mesmo tempo, racionalização e negação podem ser similarmente defesas patológicas.
Por ultimo, mudança é uma escolha. Mudança só pode acontecer se a pessoa escolher isso pra si próprio (a). Isso não pode ser imposto. Nós apenas podemos apoialas em suas escolhas. E se nós precisamos algo em nossas vidas, ou em qualquer relacionamento, nós mesmos devemos mudar. Não nos estender até a mentalidade do borderline e esperar que eles mudem por nós.  

Tratamento Medico para Desordem Borderline de Personalidade

A Desordem de Personalidade Borderline é um problema neurológico devastador que causa enormes danos psicológicos e usualmente destrói vidas. O risco de suicídio é de aproximadamente 9%.  O risco de abuso de substancias, acidentes de trabalho, divórcios, AIDS, abuso de filhos e de parceiros e morte prematura é alto o suficiente para levar essa desordem muito a sério. Tratamento incluí medicação, aconselhamento e “reprogramação do cérebro”. Medicação é virtualmente sempre necessária e pode fazer uma profunda diferença.


  SSRI's (Antidepressivos)
Os principais sintomas tratados pelos SSRI’s incluem: Mudanças de humor, sentimentos crônicos de raiva, vazio e depressão. Fluoxetina é o mais estudado e tem se mostrado muito efetivo. Alternativas incluem Paxil e Effexor – escolhendo essas medicações ao invés de Fluoxetina seria o ideal para outros problemas decorrentes da desordem ou por causa das reações adversas da Fluoxetina. O aumento ou diminuição da dosagem não pode ser feito mais do que uma vez por semana, salvo indicação de um psiquiatra. Reações adversas podem incluir tremedeiras, fadiga, insônia, sonolência ou náusea.
 
  Neurolépticos
Excesso de produção e/ou sensibilidade alta do cérebro para com a Dopamina parece ser a maior causa de raiva, ansiedade, desespero, pensamentos autodestrutivos e impulsos, sensações estranhas no corpo, pensamentos paranóicos, comportamento impulsivo, etc. Existem muitos medicamentos nessa classe, mas Haldol parece ser o melhor. Ele funciona de forma rápida, com efeitos colaterais mínimos e em doses baixas (Genéricos normalmente não funcionam).
Neurolépticos como Haldol devem ser usado sempre que raiva, stress, paranóia, ou impulsos autodestrutivos estão presentes. Eles dão ao Borderline um controle sobre seu distúrbio, e podem ser tomados antes de eventos potencialmente stressantes para prevenir problemas. É muito melhor tomar o medicamento mesmo em duvida do que sofrer as conseqüências de perder o controle. Para os sintomas severos causados por stress temporário, Risperdal é o mais forte e mais efetivo medicamento de emergia, porém normalmente causa sonolência profunda.

  Medicamentos Anti-Epiléticos
 O mais severo sintoma da desordem Borderline é como uma forma de epilepsia, que inclui “dissociação” e disforia crônica (Raiva, ansiedade, depressão e desespero). Quando medicamentos como Haldol não são efetivos, anti-epiléticos como Tegretol e Depakote (Acido Valpórico) podem ser usados e normalmente acabam com os sintomas em algumas horas. Depakote também pode controlar a desordem Bipolar.